(Herald of
Holiness, 7 de Setembro, 1921. Usado com permissão)
Por Rev. C. B.
Widmeyer
“… e foi viver num cidade chamada
Nazaré. Assim cumpria-se o que fora dito pelos profetas: ‘Ele será chamado
Nazareno’” (Mateus 2:23).
“Verificamos que este homem é um
perturbador, que promove tumultos entre os judeus pelo mundo todo. Ele é o
principal cabeça da seita dos nazarenos” (Actos 24:5)
Nos dias do Apóstolo Paulo,
determinados grupos de cristãos eram chamados de
Nazarenos e Paulo foi acusado de
liderar esta seita. Sem dúvida que alguns deles
escolherem o nome enquanto que outros
eram assim chamados por derivação. O nome ainda hoje existe em Arábico como
designação ordinária de cristão.
Durante algum tempo depois da ascensão
de Cristo a igreja tinha um nome e uma forma de governo. Contudo, parece que
pouco depois se desenvolveram algumas seitas, a medida que doutrinas eram
discutidas e idéias apresentadas,surgiram diferenças de opinião acerca da
pessoa, natureza e trabalho de Cristo e o mundo cristão se dividiu.
Entretanto, uma organização muito
forte agora conhecida como Igreja Católica Romana se desenvolveu, a qual não se
manteve fiel aos puros ensinamentos espirituais de Cristo.
Desde os dias de Martinho Lutero que
se desenvolveram muitas outras organizações de igrejas; muitas serviram os seus
dias no passado, e quando falharam em levar avante o puro evangelho de Cristo,
outras surgiram para dar continuidade a gloriosa tarefa de pregar a salvação do
pecado ao mundo arruinado e perdido.
Alguns há que rejeitam a organização
de igrejas, dizendo que elas não são bíblicas, mas a história do relacionamento
de Deus com os judeus mostra que a igreja judaica era um corpo muito bem
organizado. Enquanto Cristo esteve na terra Ele não dirigiu nenhuma
organização, mas repreendeu aos Fariseus porque se entregaram ao trabalho e
perderam o verdadeiro espírito de devoção. Em todas a ocasiões Cristo
freqüentou e freqüentemente tomava parte na forma de adoração da sinagoga; e O
encontramos a tomar parte nas festividades anuais em Jerusalém, as quais eram
exigidas pelas leis a igreja judaica.
Há algumas questões doutrinárias tais
como Arminianismo e Calvinismo que produziram determinadas igrejas, mas a idéia
de governo da igreja tem sido um factor de grande importância na
preparação do caminho para novas igrejas. A maioria das igrejas é o resultado
de um reavivamento religioso. A igreja antiga se satisfaz com a sua rotina
devida e prática e falha em manter vivo o fogo de Deus; então alguns homens
eram levantados para liderar as hostes em direcção à vitória, só que em face a
isso a velha igreja não tomava os novos convertidos sob suas asas a não ser que
houvesse um render da nova vida e uma diminuição do fervor do reavivamento;
conseqüentemente uma nova igreja era organizada. Mas uma análise mais cuidadosa
e mais íntima logo revela que a nova igreja bebeu na antiga a sua forma de
governação, apenas com uma ou duas mudanças. Dê uma vista de olhos nos muitos
corpos de Metodistas, Baptistas, Presbiterianos, etc. Gostamos de olhar as
várias denominações como representando os andaimes a volta duma casa,
necessários à sua construção; mas quando a casa estiver pronta os andaimes são
desmontados e retirados para que a beleza da casa seja vista. … da mesma forma
como não se ouviu nem o barulho de um martelo enquanto os muros do templo
estavam sendo construídos em Jerusalém, também quando Deus nos congregar a
todos na igreja lá em cima, perderemos de vista os velhos andaimes, velhas
escadas, cavaletes, barrotes, toros de madeira, etc. martelos, serras, grampos;
e nada mais veremos a não ser a lei do amor e a harmonia do desenho do grande
Mestre mecânico ...
No que toca a política, a Igreja do
Nazareno é um corpo composto. Temos hoje o que pode bem ser designado como duas
formas de administração de igreja – Episcopal e Congregacional. No governo da
Igreja do Nazareno, as melhores qualidades das duas formas são destacadas e
soldadas juntas num plano funcional. Os extremos de cada um dos planos tem suas
faltas e falhas, mas ambas as formas possuem também boas qualidades. Assim, os
fazedores de nossas leis decidiram seleccionar o melhor das duas formas e usar
apenas o que era necessário para auxiliar o espalhar da doutrina escriturística
de santidade.
João Wesley disse que a igreja
Episcopal Metodista fora feita a depositária da doutrina de santidade ou
santificação e que caso ela falhasse em pregá-la, Deus levantaria alguma outra
agência para espalhar a doutrina da santidade escriturística. Os organizadores
não procuraram apenas acrescentar mais uma denominação à longa lista das já
existentes, mas sim organizar uma igreja que se levantaria distintamente pela
doutrina de santidade e fornecer uma forma de igreja aos que receberam a
experiência. Julgava-se necessário para a promulgação da doutrina que uma
organização fosse essencial para que os melhores resultados fossem alcançados.
A pergunta tem sido feita, “A Igreja do Nazareno tem direito a existência?”
Porque ela sobrecarregaria o terreno? Outros corpos comprometidos com a
pregação desta doutrina tinham esvanecido no seu zelo e interesse. Deus chamou
então um grupo de pessoas para entrarem no grande campo das igrejas e
estabelecer uma igreja que permaneceria fiel ao compromisso com esta verdade e
faria dele o propósito para a existência do seu trabalho. Deus deseja um povo
santo.
Em todos os tempos Ele tem tido um
povo santo. Os Nazarenos existem com o propósito de pregar a santidade “sem a
qual ninguém verá o Senhor.”
Deus tem abençoado a Igreja do
Nazareno com um crescimento sem paralelo. Os corpos Pentecostais do Oriente, a
Igreja do Nazareno do Ocidente, os corpos do Sul e do Sudoeste e das Ilhas
Britânicas, foram chamados juntos.
A Igreja do Nazareno não é chamada a
inaugurar uma nova era social; ela não é enviada a prescrever políticas para
resolver os conflitos sociais; a sua chamada não é para entrar no domínio dos
relacionamentos éticos; ela não é comissionada para equilibrar riquezas e
salários; não é sua tarefa encabeçar a chamada do século XX para uma “nova
visão, uma nova mensagem e novos métodos”, mas é sim chamada para pregar a
doutrina da regeneração e santificação.
A igreja moderna caiu na armadilha, e
está discutindo eugenismo e tenta melhorar a raça por geração ao invés de por
regeneração. A igreja moderna está sendo hoje levada a tomar lugar de um
administrador na civilização do mundo; enquanto que o próprio nome “igreja”
significa aqueles que foram chamados e separados do mundo. Que Deus ajude a
Igreja do Nazareno a permanecer firme diante da sua chamada.
O mundo acredita que possui em si
mesmo o segredo para o seu melhoramento. A chamada do mundo é para a
comunidade, enquanto que o grito da igreja é para o indivíduo. O mundo não
requer nenhum arrependimento, mas a igreja proclama a confissão do pecado. Os
direitos cívicos não conhecem nenhuma cruz e não sabem de nenhum Salvador.
Regeneração social não aponta para nenhum Calvário e não antecipa nenhuma Oliveira. Os socialistas proclamam
que o homem é o seu próprio salvador enquanto que os filantropos estão
comprando o seu caminho para o céu. Os políticos estão tentando purificar a
política de forma a conseguirem o voto da igreja.
A
missão da Igreja do Nazareno é exaltar um Salvador que pode salvar de todo o
pecado, purificar o coração da poluição e guardar o indivíduo livre do pecado
enquanto peregrinar nesta jornada aqui em baixo.
Israel tinha de viajar durante três
dias no deserto antes de poder adorar ao seu Deus; não podiam aceitar o
argumento de Faraó e adorar a Deus naquela terra. A igreja tem de estar
separada do mundo. “Não amem o mundo, nem o que há no mundo”. A Igreja do
Nazareno almeja levar-nos de volta à cruz; de volta ao Cristo ascendente e em
direcção ao Rei que vem. Mas diante de nós está o mundo em trevas; temos de
levar-lhe a luz. Almas estão sendo escravizadas pelo pecado; levar-lhes-emos
Cristo que é o Leão da Tribo de Judá e pode quebrar qualquer cadeia.”
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